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Paratleta paraense é destaque em provas de longa distância

Velocista e maratonista das provas de fundo, as mais longas, Bruno Palheta é uma prova de que o ser humano pode superar os seus limites e que não há mais espaço para preconceito contra portadores de necessidades especiais. A resposta a tudo isso está medalhas de ouro que ele, com apenas 22 anos, coleciona e exibe com orgulho. Bruno foi motivado a correr por uma professora, quando tinha apenas 13 anos. “Gostei de cara, logo que comecei, e é o que faço até hoje”, diz. Nascido de parto prematuro, com apenas seis meses, Bruno enfrentou sérias complicações de saúde e acabou ficando cego.

A partir dos bons resultados obtidos em competições pelo país, em 2012 ele se inscreveu no programa Bolsa Talento, da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel), como forma de assegurar o apoio financeiro necessário para que pudesse competir e treinar. O programa garante passagem, hospedagem e alimentação a atletas paraenses - bem como aos técnicos e guias de rendimento - que participam de competições nacionais e internacionais nas modalidades olímpicas e paraolímpicas reconhecidas pelo Comitê Olímpico Brasileiro.

O contrato entre a Seel e Bruno foi fechado pelo prazo de um ano, podendo ser renovado de acordo com o seu desempenho nas competições. E pelos títulos conquistados até agora, esse não parece ser um problema para ele. Bruno ganhou medalha de ouro na Corrida do Trabalhador realizada em Recife (PE), com um percurso de 10 quilômetros, e em 2011 na tradicional Corrida de São Silvestre, a maior maratona do país, realizada em São Paulo. Também conquistou o bronze na Meia Maratona do Rio de Janeiro, no ano passado, onde voltará a competir em agosto deste ano.

“Agradeço a Deus. Sem Ele e sem o apoio da Seel, que vem nos ajudando muito, não conseguirúiamos ir muito longe. Isso é fundamental”, diz Bruno. Sobre a opção de participar de grande maratonas, com percursos de cinco e até dez mil metros, ele explica: “Esta foi uma escolha que fiz. Provas mais longas, são mais práticas, já as provas curtas exigem muito mais e o risco de contusões é maior”, conta.

“É muito bom poder levantar representar o estado do Pará”, diz Raimundo Vales, guia e treinador do Bruno. Os dois cumprem uma maratona diária de treinamento e correm juntos pelas ruas do Bairro Água Lindas, em Ananindeua. “Treinamos nas ruas para nos acostumar, já que os percursos que participamos são de fundo e realizado nas ruas. Então nos acostumamos a correr com os carros, buracos, lombadas”, explica Raimundo.

A dupla já está treinando para a Corrida de Verão e Corrida do Sal, que acontecem em julho, no distrito de Mosqueiro e em Salinópolis, respectivamente, e para a Corrida do Sesi, em Marudá. Antes de participar do Programa Bolsa Atleta, Bruno e Raimundo já recebiam apoio da Seel para passagem, hospedagem e alimentação durante competições realizadas fora do Estado. “A passagem é muito importante. Sem ela não podemos confirmar a presença nas competições de outros estados”, destaca Raimundo.

Liandro Brito - Ascom/Seel